DENIM CITY
SP QUER CONECTAR O MERCADO E PROVOCAR INOVAÇÃO ALIADA À
SUSTENTABILIDADE
Projeto fundado em Amsterdã ganha
versão brasileira instalada no tradicional bairro do Brás
De origem holandesa, a Denim
City aterrissou em São Paulo em outubro de 2020 passado durante a pandemia, com
a proposta de conectar diversos pontos da cadeia produtiva do jeans e criar um
hub de iniciativas de inovação, sustentabilidade e tecnologia. A marca é fruto
da iniciativa de um grupo de empresários que foi buscar em Amsterdã esse modelo
de negócios para fortalecer a indústria brasileira, inaugurando a segunda (e
maior) Denim City no mundo por aqui.
A versão
brasileira do projeto reúne sob o mesmo teto alguns dos principais agentes
da indústria de jeans em um galpão restaurado com impressionantes 4,8 mil
metros quadrados no bairro do Brás, tradicional por reunir centenas de
confecções. O espaço reúne showrooms, auditório, co-working, três restaurantes
e uma loja conceito, reunindo algumas marcas premium de jeans, entre elas a
Blue&Cool, neomarca que surgiu junto com a Denim City. Além disso, o espaço
também abriga a Denim City Academy, um misto de escola e oficina de jeans
destinada a disseminar o conhecimento técnico na produção de jeans e as
tecnologias mais inovadoras do mercado.
O Brasil tem um
histórico importante no seguimento do jeanswear. Nos anos 90, o mercado
viveu um boom de marcas de jeans liderado por
grifes como Zoomp, Fórum e Ellus. Com o passar dos anos, os rumos desse mercado
foram mudando e o jeans nacional deixou de ser o jeans mais desejado pelo
consumidor, que migrou para marcas italianas, japonesas e holandesas (o novo
polo do jeans mundial). Para Maria José Orione, profissional com anos de
expertise no setor jeanseiro e atual
diretora acadêmica da Denim City São Paulo, o que falta ao mercado
das marcas de jeans no Brasil atualmente é investimento em branding, confiança
no DNA de suas próprias marcas, profissionalização do setor e principalmente,
abandonar o ciclo vicioso do preço e partir para um ciclo virtuoso de
criatividade e sustentabilidade.
Atualmente a produção de
jeans gira em torno de 350 milhões de peças por ano, encabeçada por mais de 6
mil empresas e 300 marcas que dividem a maior parte do mercado. A produção de
jeans no Brasil equivale a 15% do faturamento total desse mercado. Por outro
lado, a produção do jeans também é um dos setores mais poluentes da moda, daí a
necessidade de iniciativas que buscam criar o jeans do futuro, menos poluente e
mais sustentável.
“As indústrias do
denim (tecido que do qual o jeans é fabricado) no Brasil são empresas grandes e
sólidas e todas com um trabalho muito responsável quanto à sustentabilidade com
ETE’s (Estações de tratamento de Efluentes) tratando e devolvendo a água em
melhores condições relativamente à água captada, com reuso de água e geração de
calor a partir de fontes renováveis, utilizando produtos químicos modernos e
salubres e em sua maioria todas signatárias do programa ZDHC (Zero Discharge of
Hazardous Chemicals – Descarga zero de produtos químicos perigosos) um Road
Map para guiar as cadeias de valor rumo ao uso mais seguro de produtos
químicos, para um planeta mais limpo e um futuro melhor” nos conta Maria José.
No entanto, a
sustentabilidade ainda não é uma máxima na indústria do jeans: “A medida que
vamos caminhando na cadeia rumo ao varejo, o tamanho das empresas vai
diminuindo e a consciência da necessidade de produções limpas e sustentáveis
vai se diluindo, por isso nós da DCSP estamos trabalhando junto aos parceiros
do projeto para, através da educação e da conscientização, levarmos à cadeia ‘rumo
à um azul mais brilhante'”.
O Denim City São
Paulo é um espaço aberto à visitação e mais informações sobre os cursos e o
funcionamento do espaço podem ser encontrados no site (www.denimcity.org.br) do projeto.