Como tudo em
nossa vida, sempre nos deparamos com acontecimentos e coisas boas, muito boas e
ruins ou muito ruins! Claro que sempre procuramos fazer e dar o melhor para que
as coisas boas ou muito boas prevaleçam no nosso dia a dia, desequilibrando o
estado de ânimo e nos tornando melhores e maiores!
Se ao contrário
deixarmos as coisas e acontecimentos ruins à mercê do cotidiano, nossa vida
estará sempre comprometida por eles. Pode parecer um certo exagero, mas,
depende sempre de cada um de nós os resultados que obtemos para que as coisas
sejam feitas da maneira correta e tornem nossa vida melhor.
Estes
resultados dependem de uma dose de conhecimento, uma dose de previsibilidade,
uma dose de bom senso e, uma grande dose de boa vontade e otimismo.
Em um sistema
de vapor, temos o envolvimento de produtos mecânicos, elétricos ou eletrônicos,
pneumáticos, hidráulicos, insumos dos mais diversos como água, tratamento de
água, combustível e cálculos e dimensionamentos termodinâmicos. Por fim, a mão
de obra deve coordenar e dirigir isto tudo e fazer com que ao final de toda
jornada de trabalho, as coisas boas prevaleçam sempre. Este jogo deve ser
vitorioso para todos os envolvidos no processo industrial desde o colaborador
que cuida da limpeza até o presidente do conselho ou dono do negócio. Cada um é
responsável dentro de suas atribuições.
Este artigo
apresenta algumas pequenas coisas consideradas ruins ou comprometedoras, que
estão sujeitas a acontecerem no dia a dia de um sistema de vapor e que podem
ser fonte de grandes perdas num processo industrial genérico, interferindo
diretamente no sucesso de todos e no resultado do negócio. Prever e evitar que
aconteçam, depende de você!
Adotamos os
DADOS DO SISTEMA abaixo indicados os quais serviram de base para os cálculos
muito embora, não reflitam necessariamente a situação e condições reais
encontradas no campo.
Trata-se de um
sistema de vapor relativamente pequeno com 8 CASOS comuns de ocorrências que
resultam em perdas de energia e para as quais, as atitudes são relativamente
simples!
DADOS DO SISTEMA DE VAPOR ANALISADO:
*Caldeira de
Vapor: Saturado Seco
* Capacidade de
Geração: 2.500 kg/h
* Eficiência:
90%
* Regime
Operacional: 16 h/d, 330 d/ano = 5.280 h/ano
* Pressão de
Geração: 8 kg/cm2
* Entalpia do
Vapor (E. Térmica) P = 8,0 kg/cm2 : Ct = 662,0 kcal/kg, Cl = 485,6 kcal/kg e Cs
= 176,4 kcal/kg
* Entalpia do
Vapor (E. Térmica) P = 3,0 kg/cm2 : Ct = 653,4 kcal/kg, Cl = 509,8 kcal/kg e Cs
= 143,6 kcal/kg
* Temperatura
da Água de Alimentação: 60°C (60 kcal/kg)
* Combustível:
Lenha 30% umidade, 450 kg/m3, (PCI)=3.000 kcal/kg, 1.350.000 kcal/m3
* Combustível:
Lenha 12% umidade, 500 kg/m3, (PCI)=3.600 kcal/kg, 1.800.000 kcal/m3
* Custo
Combustível: R$ 150,00/m3
* Descarga de Fundo requerida: 75 l/h (3% hipotético)
CUSTOS
* Produção de
Vapor P = 8,0 kg/cm2 :1.350.000 kcal/m3 : (662-60) kcal/kg x 0,90 = 2.018 kg/m3
* Custo Geração
Vapor: P = 8,0 kg/cm2 => R$/kg vapor = 0,074
* Produção de
Vapor P= 3,0 kg/cm2 :1.350.000 kcal/m3 : (653,4-60) kcal/kg x 0,90 = 2.528 kg/m3
P = 3,0 kg/cm2 => R$ 0,059/kg vapor
* Custo Geração
Água saturada: 1.350.000 kcal/m3 : (176,4-60) kcal/kg x 0,90 = 10.438,1 kg/m3
* Custo Geração
Água: P= 8,0 kg/cm² => R$/kg água = 0,0144
CASO 01 – Ver
Figura 01
Exemplo de um
purgador do tipo termodinâmico que possui um consumo operacional de 3,5 kg/h de
vapor (fato real), sem vazamento (considerado aqui um purgador novo).
3,5 kg/h x
5.280 h/ano x R$ 0,074/kg = PERDA = R$ 1.367,52 / ano + custo da água e seu
tratamento;
Em somente um
purgador!
CASO 02 – Ver
Figura 02
Eliminação de
Água em excesso através das Descargas de Fundo ou Superfície em nas Caldeiras
Eliminação de 10 % ao invés de 4 % da geração.
2.500 l/h x
(10% - 4%) = (250 – 100) = 150 l/h x R$ 0,0144 x 5.280 h/ano PERDA = R$
11.404,80 / ano e o custo de tratamento da água! PERDA = 150 l/h x 5.280 h/ano
= 792.000 litros de água por ano!
CASO 03 – Ver
Figura 03
Falta de
Isolamento Térmico em tubulação de Vapor Ø 2”.
Exemplo: Para
um trecho de 5 metros de comprimento => Perda 306 kcal/m.h
306 kcal/m.h x
5m x 5.280 h/ano = 8.078.400 kcal/ano: (662-60) kcal/kg = 13.419,27 kg/ano de
vapor x R$ 0,074/kg PERDA = R$ 993,00/ano
Mais os
inevitáveis problemas de erosão nas tubulações e acessórios!
CASO 04 – Ver
Figura 04
Redução de
Pressão de vapor em equipamento:
Ex.: (8,0
kg/cm2 x 3,0 kg/cm2 ), aquecimento de 1.000 l/l água, T1 = 25°C e T2 = 75°C:
Consumo P = 8,0
kg/cm2 = 1.500 l/h x 1 kcal/kg x (75 – 25)°C / 485,6 kcal/kg = 155,4 kg/h 155,4
kg/h x R$ 0,074/kg = R$ 11,50/h
Consumo P = 3,0
kg/cm2 = 1.500 l/h x 1 kcal/kg x (75 – 25)°C / 509,8 kcal/kg = 147,1 kg/h 147,1
kg/h x R$ 0,059/kg= R$ 8,68/h
PERDA = (11,50
– 8,68) R$/h x 5.280 h/ano = R$ 14.889,60/ano
CASO 05 – Ver
Figura 05
Lenha seca 12%
umidade x Lenha úmida 30% umidade.
* Lenha Seca:
1.800.000 kcal/m3: (662-60) kcal/kg x 0,90 = 2.691 kg/m3
* Lenha Úmida:
1.350.000 kcal/m3: (662-60) kcal/kg x 0,90 = 2.018 kg/m3
* Economia
Geração: 2.500 kg/h: 2.691 kg/m3 = 0,929 m3 /h
2.500
kg/h: 2.018 kg/m3 = 1,239 m3 /h
* (1,239 -
0,929) m3 /h x 5.280 h/ano x R$ 150,00/m3
PERDA = R$
245.520,00/ano
CASO 06 – Ver
Figura 06
Vazamento
através de orifício de 2mm com pressão de 8,0 kg/cm2.
* Área do
Orifício = 0,00000314 m2
* Coeficiente
de Vazão Kv = 0,07993
* Perda de
Vapor = 8,33 kg/h
* 8,33 kg/h x
5.280 h/ano x R$ 0,074/kg
PERDA = R$
3.254,70/ano
CASO 07 – Ver
Figura 07
Incrustação de
4 mm nos tubos da Caldeira (isolamento térmico) => Aumento de 10% no consumo de
combustível:
* Lenha 30%
umidade: 1.350.000 kcal/m3: (662-60) kcal/kg x 0,90 = 2.018 kg/m3
* Geração
anual: 2.500 kg/h: 2.018 kg/m3 = 1,24m3 /h x 5.280 h/ano = 6.541 m3 /ano
* 6.541 m3 /ano
x 10% = 654,1 m3/ano x R$ 150,00/m3
PERDA = R$
98.115,00/ano!
CASO 08
Condensado não retornado.
Para cada 6°C
de aumento de temperatura na água de alimentação da caldeira, temos uma
economia de 1% de combustível! Se ao invés de alimentarmos a caldeira com água
a 40°C, alimentarmos a 60°C:
* Produção de
Vapor P=8,0 kg/cm2 : 1.350.000 kcal/m3 : (662-40)kcal/kg x 0,90 = 1.953,3 kg/m3
* Produção de
Vapor P=8,0 kg/cm2 : 1.350.000 kcal/m3 : (662-60)kcal/kg x 0,90 = 2.018,3 kg/m3
* (1.953,3 :
2.018,3 – 1) x 100 = 3,22%
* Geração
anual: 2.500 kg/h : 1.953,3 kg/m3 = 1,28m3 /h x 5.280 h/ano x 3,22% = 217,6 m3
/ano
PERDA = 217,6
m3 /ano x R$ 150,00/m3 = R$ 32.640,00/ano!
Artigo
gentilmente cedido pelo Engenheiro Diego Bevilacqua da Termyka Racionalização,
Recuperação e Aproveitamento de Energia.
Contatos:
diego@termyka.com.br
+55 (11) 99797-7297